Para as novas doceiras, o glacê virou apenas coadjuvante
Naiobe Quelem
Do Correio Braziliense
Flávia Labecca (C) começou a enveredar pela trilha doce aos 16 anos
Do antigo glacê de açúcar, ainda hoje usado para decorar bolos, quase não há notícia entre as jovens doceiras. Na cozinha de uma designer em açúcar, a principal cobertura festiva de antigamente ganhou papel coadjuvante. “Com o glacê é feito aquilo que não é possível com a pasta americana, alguns detalhes como escrever, por exemplo”, explica Flávia Labecca. Com apenas 26 anos, a brasiliense é referência, em Brasília, na arte da decoração em açúcar. “Comecei aos 16 anos, para presentear amigos. Outras pessoas ficaram sabendo, quiseram e eu passei a cobrar pelo serviço”, lembra Flávia, que aos 18 anos abraçou o negócio como profissão.
No início, foi montada uma estrutura na casa dos pais, no Lago Sul. “Construímos uma cozinha à parte onde eram produzidas as receitas, sob todas as condições de segurança alimentar necessárias”, conta ela, que atendia somente por encomenda. A idéia de abrir loja para atender no varejo veio dos próprios clientes, que vez ou outra queriam comprar apenas uma unidade. “Não podia parar a produção para fazer um brigadeiro, um bem-casado ou um bombom”, justifica a designer. Para resolver o problema, há um ano, ela abriu uma loja, na QI 13 do Lago Sul, em sociedade com as irmãs Amanda e Fernanda Labecca.
As tortas personalizadas, é claro, continuam a ser sob encomenda. Mas é possível encontrar na loja chocolates belgas, tortas, minitortas, musses e brigadeiros. Tudo feito sob a supervisão de Flávia, que conta com a ajuda de cinco funcionários. Mas a parte artística – a da modelagem em pasta americana – é tarefa exclusiva da designer. Embora tenha começado cedo, a jovem doceira já teve o trabalho premiado em concurso internacional, resultado não somente de talento, mas também de dedicação: cursos de chocolates na Bélgica e na França, de pasta americana nos Estados Unidos e de confeitaria na Argentina.
Com tantas andanças por aí, Flávia aprendeu outras técnicas de decoração em açúcar. Entre elas a do “açúcar puxado”, que exige o uso de um tipo especial de açúcar importado. Com ele é feito uma calda, que ao atingir o ponto ideal deve ser manipulada ainda quente. Para tanto, usa-se uma luva de silicone e toda a modelagem é feita sob uma lâmpada para que o material não endureça. “Mas a técnica, infelizmente, não pode ser usada no Brasil devido ao clima quente”, explica a designer. Nos próximos dias, ela também terá novidades na loja para o dia dos namorados. Cookies decorados com aplicação de coração pão de mel temático e minibolos com declaração de amor. (NQ)
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